Deusa das abelhas: Melissa

mar 30, 2011 by

Bem, hoje é o dia do meu aniversário! Então, resolvi postar sobre o significado desta data, para o mundo Grego antigo.  Mais especificamente e mais mágiko para a Creta antiga.
No calendário das Deusas, dia 30 de março, é o dia da Deusa Melissa. Esta é a Deusa grega/ cretense das abelhas. Considerada um aspecto da Deusa Afrodite, cujo fetiche era um favo de mel. “Abelha” ou Melissa, foi o título dado as sacerdotisas de Afrodite no santuário de favo de mel do monte Eryx. A Deusa adorava as abelhas como as suas criaturas sagradas, porque elas entenderam como criar hexágonos perfeitos em sua colméia. O hexágono era a expressão do espírito de Afrodite, cujo número sagrado era o seis. 

 Segundo uma lenda, Melissa tinha sido uma princesa cretense que tinha alimentado Zeus, quando criança, com mel colhido das flores. Após sua morte, Zeus transformou Melissa em abelha, como gratidão pela sua atenção. 
Abelha pingente de ouro. Creta por volta de 2000 aC
 
A simbologia e importância das abelhas são percebidas desde os tempos pré- históricos.
As abelhas, como todos os insetos de casulos ou que tecem teias, servem como imagens da interconectividade milagrosa da vida. A intrincada estrutura celular que secreta a essência de ouro da vida é uma imagem da rede de natureza invisível que relaciona todas as coisas uns aos outros em um padrão ordenado harmonioso.
Além disso, a abelha ocupada, seguindo o impulso de sua natureza para polinizar as flores e colher o néctar para ser transformado em mel, foi um exemplo da contínua atividade dos seres humanos necessários para reunir as culturas e transformá-los em comida. A abelha rainha, a quem todos os outros servem durante a sua vida breve, foi, no Neolítico, uma epifania da Deusa.
Anel de ouro de vedação. Encontrado em uma tumba, perto de Cnossos



































































































































































































 
Em Creta também a abelha significou a vida que vem da morte, assim como o escaravelho no Egito. Provavelmente por esse motivo, o selo do anel de ouro foi colocado em um túmulo.   Aqui, a deusa das abelhas, a figura no centro descendo à terra, entre cobras e lírios, está a ser adorado por suas sacerdotisas, que, caracteristicamente, assumiam  a mesma forma como ela faz, todos levantando suas “mãos” no gesto típico de epifania. 
 
O mel foi usado para embalsamar e preservar os corpos dos mortos. As tumbas em Micenas foram modeladas como colméias.
No mundo cientifico
Francis Bacon criticou os que ao dedicarem-se à ciência procederam  como formigas ou como aranhas propondo que procedêssemos como as abelhas. Porque?
Francis Bacon criticou os que ao dedicarem-se à ciência procederam como aranhas(racionalistas) ou como formigas(empiristas), pois, segundo este, “os racionalistas,seguindo o exemplo da aranha, tecem quadros a partir da sua imaginação”, ou seja, o seu conhecimento não tem qualquer fundamento real. Já en relação aos empiristas afirma “os empiristas, seguindo o exemplo da formiga, amontoam os factos e apenas usam a experiência adquirida”, nomeadamente, obtêm o conhecimento através da experiência, mas não o trabalham, ficando-se apenas pela própria experiência.
Para Bacon devíamos seguir o modelo da abelha para obter conhecimento científico, pois a abelha “colhe o suco do seu mel nas flores dos campos…mas sabe, ao mesmo tempo, prepará-lo e digerí-lo com uma habilidade admirável”, ou seja, deveríamos colher o conhecimento da experiência e trabalhá-lo com a razão de modo a podermos chegar à verdade.
( ROCHA, Susana. 2008).