Pastora escravizava criança indígena em Goiânia

jan 12, 2012 by

Além de trabalhos domésticos, a criança de 11 anos era obrigada a entregar panfletos da igreja à noite e nos fins de semana


O Ministério Público Federal em Goiás ofereceu denúncia contra a pastora W. F. M. B. por submeter uma criança indígena de onze anos à condição análoga a de escravo em Goiânia (GO). A menor, no período de maio de 2009 a novembro de 2010, foi forçada a realizar, de forma degradante, trabalhos domésticos em sua residência, com jornada excessiva.

A criança é da aldeia indígena de São Marcos, em Barra dos Garças (MT), e veio para Goiânia com o pai e a irmã atrás de tratamento médico. Inicialmente, eles se hospedaram na Casa de Saúde do Índio, mas para proteção das filhas, o homem procurou apoio material e religioso, quando, então, se dirigiu, por indicação, à Igreja conduzida pela pastora.

A criança indígena foi entregue aos cuidados da pastora, que prometeu oferecer habitação e educação à menor. Entretanto, “aproveitando-se de sua pobreza e necessidade, submeteu-a, com vontade livre e consciente, a exaustivos e penosos serviços domésticos de natureza contínua, explorando-a, com prejuízo a sua frequência e a seu aproveitamento escolar e em detrimento de seu desenvolvimento físico, moral e social”, narra a ação penal.

Dentre as práticas cometidas, a pastora ameaçava de castigos corporais a criança e a submetia a longas horas diárias de serviços de natureza contínua, no período da manhã e noturno. A menina só podia se alimentar e fazer as tarefas escolares após o cumprimento total de suas atividades laborais, consistentes em limpar os banheiros e o chão da residência, lavar e passar roupas, lavar louças e vasilhas, além de cozinhar, tudo com a utilização de instrumentos perigosos para sua idade, como ferro de passar roupa e materiais cortantes na cozinha, aplicando-lhe, ademais, castigos corporais quando não realizados os serviços a contento.

Além disso, a pastora não autorizou, durante o período, momentos de descanso ou de lazer, não a remunerava pelos serviços prestados e, com o propósito de humilhá-la, chamava-a, pejorativamente, de mucama (referência a escrava).

No período noturno e finais de semana, inclusive quando se encontrava doente, a criança era obrigada a entregar panfletos da igreja nas ruas e praças da cidade. Em decorrência das exaustivas e degradantes atividades domésticas forçadas a que fora submetida, a pequena índia sempre aparentava cansaço, indisposição e hematomas, deixando, geralmente às sextas-feiras, de comparecer às aulas e de realizar as tarefas escolares, fatos percebidos por suas professoras da instituição de ensino que frequentava.

“O trabalho doméstico infantil de menores de 16 anos foi inserido na lista das piores formas de atividades que exploram crianças pelo decreto 6.481/2008, regulamentador da Convenção 182 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que trata da proibição das piores formas de trabalho infantil. Essas atividades, da forma como foi obrigada a se submeter, privou a menor, no período, de sua infância, educação, desenvolvimento e dignidade”, ressalta o procurador da República Daniel de Resende Salgado, autor da ação.

Com base em tais fatos, ao reduzir a menor de 14 anos à condição análoga à de escravo, sujeitando-a a trabalhos forçados domésticos e degradantes, inclusive com jornada excessiva, a pastora praticou o crime previsto no artigo 149, § 2º, I c/c artigo 61, II “f”, do Código Penal, cuja pena pode alcançar 16 anos de reclusão.

Fonte: http://brasil247.com.br/

Comentários

  1. Anonymous disse:

    Aposto que é mentira. Como vocês são um blog anti-religioso, tentam manobrar a opinião pública contra as relgiões protestantes.

  2. Olá anônimo. As noticias aqui publicadas sempre possuem devidamente a fonte de onde foi retirada. Se você quiser saber mais sobre a notícia só é clicar no site originário da reportagem. Sobre essa noticia especificamente, a reportagem foi feita por um Jornal sério de Brasília. É verdadeira sim. E nós não somos um blog anti-religioso ok? Somos estudiosos da religião. Se várias noticias aqui veiculadas parecem uma afronta a religião, pode ter certeza que não é nossa culpa, e sim das pessoas que cometem barbaridades em nome da religião ou de Deus. Ou simplesmente porque muitas pessoas religiosas não aceitam fatos verídicos e científicos que são contrários a sua fé.

    A crueldade dessa mulher não desmereceu o protestantismo, mas apenas as pessoas que justificam atos de intolerância e violência por meio da fé.

    Ps. Engraçado coisas fantasiosas as pessoas acreditam com tanta facilidade. Enquanto outras reais, palpáveis e cientificas elas se recusam veemente em acreditar.

  3. Anonymous disse:

    Não existem jornais sérios, todos os jornais seguem a tendência de seus donos e não existem donos de jornais sem tendências.

    Se o fato é realmente assim e não se trata de uma mentira bem elaborada, a mulher é cruel e tem que arcar com as consequências. Mas se é uma mentira elaborada por vocês, os anti-cristãos, então são vocês os que devem arcar com as mesmas.

    Vocês não publicam uma só notícia favorável ao cristianismo católico-protestante, basta dar uma passeada no blog. Acham que semeando o ódio à religião irão criar um mundo tolerante, o que é falso.

  4. Concordo com você que os jornais têm tendências. No entanto, a tendência indica o tipo de notícia que ele veicula. As notícias publicadas por jornais sérios são baseados em investigação cientifica. Se uma reportagem contêm informações incorretas cabe ao jornal corrigir as mesmas. E se o leitor considera-a tendenciosa cabe a ele ir atrás de outras fontes.

    Sobre as notícias aqui publicadas: a visão de positivo ou negativo encontra-se nos olhos de quem ler.

    Ps. Muitas notícias aqui publicadas são retiradas de um jornal evangélico.