Compartilhamento de arquivos vira religião na Suécia

jan 28, 2012 by

“A informação é sagrada e a cópia, um sacramento”, prega o slogan da igreja.

Em 2006, a Suécia se tornou notícia por abrigar o Partido Pirata, organização que defende uma internet livre de amarras e que logo ganhou filiais espalhadas por outros países, incluindo o Brasil. Como se isso não fosse o bastante, agora o país nórdico também é o primeiro a reconhecer a pirataria digital (ou o compartilhamento de arquivos por P2P) como uma religião, chamada Kopimismo, que vem da palavra “Copy me”.


Nesta quarta-feira a Igreja Missionária do Kopimismo foi reconhecida como uma religião de verdade pelas autoridades locais. Tal feito só foi possível depois que seu fundador e guru,  Isak Gerson, de 19 anos, apresentou ao governo uma lista com os nomes de três mil fiéis para que sua religião fosse oficializada junto ao estado sueco. A Igreja do Kopimismo já havia tentado obter reconhecimento oficial em outras ocasiões, sendo que sua última reprovação aconteceu em julho de 2011.

A nova religião acredita que toda comunicação e compartilhamento de informação é sagrado e deve ser respeitado. Além disso, considera que monitorar e espionar pessoas seja um pecado. “Nosso principal ritual é o ato de se conectar e copiar com cada um em busca de informação”, afirmou Gerson à Wired. “Sermos reconhecidos pelo estado apenas nos ajuda a fortalecer nossa identidade”, encerra.

Claro que o fato de ter a troca de arquivos pela rede entre seus dogmas não deixa os fiéis do Kopimismo livres para baixar conteúdo pela web sem serem incomodados por departamentos jurídicos de gravadoras e estúdios, mas Gerson diz que espera que tal característica seja levada em conta em “processos abertos no futuro”.

Isak Gerson também disse que “os copimistas não devem depender apenas dos outros que fazem parte da religião, mas de todos que compartilham informações. A todos com conexão à internet: continuem copiando. Mantenham a linha-dura Copimista”. Ele também disse que para fazer parte da religião, você só precisa concordar com um termo: “Todos os arquivos devem ser gratuitos e distribuídos”.

O jovem guru encerra dizendo que sua meta é “desenvolver as práticas” de sua religião, que tem os símbolos CTRL+C e CTRL+V entre seus símbolos sagrados.

De acordo com a revista Businessweek, o governo do país aceita a criação desses grupos, exigindo apenas o seu cadastro para que eles possam receber fundos do estado, além de garantir poderes para a realização de casamentos. O processo de aprovação da seita foi ratificado em dezembro, mas só agora foi oficialmente divulgado pelo país.

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