Neopagã ganha processo por “assédio religioso”

jun 2, 2012 by

Um estudante de 16 anos de idade, que não pode ser identificado por razões legais, foi ouvido por um tribunal inglês em um caso inédito na Inglaterra. O jovem foi acusado de praticar “assédio religioso” contra uma funcionária da rede McDonald’s que se declarou “pagã praticante”.

O réu descobriu através de amigos em comum que a jovem dizia ser pagã e por isso, negava os ensinamentos da Igreja oficial da Inglaterra, que é Anglicana, um ramo dos evangélicos. Durante mais de seis semanas enquanto ela estava no trabalho na lanchonete ele a criticou e zombou publicamente dela por causa de sua opção religiosa.

Simon Newell, representante do Ministério Público, disse: “O réu estava ciente dos efeitos que estava causando na vítima e nos outros funcionários. Ele sabia que isso era inaceitável e, mesmo assim, continuou. Ele admitiu que fez isso apenas para irritá-la”. O adolescente declarou-se culpado de “assédio religioso agravado”, uma forma de ofensa pouco comum, mas que gera pena ao acusado.

O tribunal da juventude de Colchester ouviu o adolescente que vive em Lawford e assediou a empregada do McDonald’s entre 24 de dezembro de 2011 e 18 de fevereiro deste ano.

Ele repetidamente entrava no prédio onde funciona lanchonete na High Street para “provocar” a sua vítima, deixando a funcionária “muito chateada com isso”.

Nos termos do artigo 32, da Lei de Crime e Desordem, uma pessoa é culpada do delito, se cometer assédio “racial ou religioso agravado”. Após o julgamento na corte juvenil, os magistrados decidiram que o adolescente deverá cumprir pena em meio aberto durante três meses. Ele será obrigado a fazer trabalho não remunerado na comunidade e está proibido de ter contato com sua vítima até novembro deste ano.

A Federação Pagã da Grã-Bretanha comemorou, afirmando que os pagãos praticantes são livres para “buscar sua própria visão do Divino, como uma experiência direta e pessoal”. Ela define o paganismo como uma “religião que adora a natureza”. Também explica que eles incorporam uma “rica diversidade de tradições”, incluindo druidas e xamãs, enquanto se dedicam à bruxaria ou ecologia.

Laura Austin, que julgou o caso, disse ao tribunal que não sabia que o paganismo era uma religião reconhecida. Após a audiência, acrescentou: “Até onde sei, este é o primeiro caso desse tipo. Eu tive que fazer uma série de perguntas para me convencer de que era uma religião reconhecida e que se encaixava na legislação atual”.

Cas Morehan, dono da franquia da loja do McDonald, disse que: “Infelizmente existem casos onde os funcionários são submetidos a assédio e abuso por parte dos clientes… reconhecemos nosso dever de cuidar de nossos funcionários e tomar as medidas necessárias para proteger nossa equipe. Neste caso particular, precisamos chamar a polícia”.

Traduzido e adaptado de Telegraph

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