Zuísmo, a religião criada na Islandia em protesto aos privilégios das igrejas.

jan 17, 2016 by

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Logo do zuísmo, ‘crença’ que passou de 3 a 3.000 fiéis em semanas

Em uma época de crise para muitas religiões, uma crença na Islândia conseguiu uma verdadeira façanha.

Nas últimas semanas, passou de 3 a 3 mil fiéis – quase 1% da população da ilha.

O “milagre” foi feito pelo “zuísmo”, uma religião fundada em 2013 que, no papel, se baseia em uma das mais antigas religiões do mundo: a dos sumérios, civilização politeísta que floresceu ao sul do que hoje é o Iraque, por volta de 5000 a.C.

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Islandeses precisam pagar imposto para sustentar religiões

Mas, na prática, a religião é um protesto contra o pagamento obrigatório de impostos, por todos os cidadãos da Islândia – religiosos ou não – para sustentar igrejas do país.

Na Islândia, todos os cidadãos – mesmo os ateus ou agnósticos – têm de declarar uma religião e pagar um imposto que é redistribuído a congregações.

Em 2016, o taxa será de cerca US$ 80 (cerca de R$ 320) ao ano por contribuinte.

Quase 75% da população é filiada à igreja nacional da Islândia, a luterana, e há mais de 40 organizações religiosas que se qualificam para receber os “pagamentos a paróquias” que resultam da arrecadação do imposto.

Uma delas é o zuísmo, que foi registrado como uma religião oficial, ainda que minúscula, em 2013.

“O principal objetivo da organização”, dizem os zuístas, “é que o governo derrogue qualquer lei que outorgue privilégios, financeiros ou de qualquer índole, às organizações religiosas, que sejam distintas dos oferecidos a outras organizações.”

Os zuístas pedem ainda que se anule o registro da religião dos cidadãos.

Enquanto isso não ocorre, eles devolvem aos seus fiéis o imposto da religião pago ao governo.

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Os fiéis podem, se quiserem, crer em antigos deuses sumérios, como Enlil (recebendo presente)

Funciona assim: os cidadãos pagam o chamado “imposto de Deus” ao governo; a organização zuísta recebe do governo a sua parte e, depois, devolve o dinheiro do imposto a seus membros. Ou seja, os “fiéis” do zuísmo recebem de volta o dinheiro do imposto.

“Não perguntamos aos novos fiéis se acreditam nos deuses”, disse à BBC Holger Simonsaen, um dos fundadores do zuísmo.

O estatuto do zuísmo diz que, quando alcançar seu objetivo, “a organização religiosa do zuísmo deixará de existir”.

O registro de igreja

Para se registrar como igreja, o zuísmo recuperou a crença dos sumérios.

Os sumérios – e agora os zuístas – tinham vários deuses. Os quatro principais são An, Ki, Enlil e Enki,

deuses do céu, terra, vento e água,

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Ruínas de antigo ziggurat mostram a grandiosidade do templo

respectivamente.

“Acreditamos que o universo é controlado por um grupo de seres vivos com

forma humana mas imortais, com forças sobre

naturais”, diz o site da religião zuísta.

E há, na teoria, até “planos” de construir um ziggurat, ou templo.

Os fundadores da religião convidaram seus seguidores no Facebook a apresentar projetos, especificando que devem incluir ”

um auditório grande e salas menores para adoração e sacrifícios” e até “um parque ornamental de leões grandes e… um fosso para jacarés e um dragão”.

Fonte:http://www.bbc.com/

Comentários

  1. Jose disse:

    siceramente to preocupado com o crescimento da seita allanismo ou religião allana no brasil