Novos movimentos religiosos: reinventando o velho sagrado?

set 11, 2016 by

14222316_1087518371329196_3547474059161666878_n

Estarei palestrando dia 12 de setembro, segunda-feira, das 17 às 18h30, no auditório do CTCH (1º andar do bloco B) da Universidade Católica de Pernambuco, na sessão do Fórum inter-religioso com o tema “Novos movimentos religiosos: reinventando o velho sagrado”. Os  colegas Constantino Melo e Carlos Vieira também estarão na conversa. A entrada é franca para quem tem interesse em debater, com esses historiadores, analistas psicossociais e filósofos, cientistas da religião enfim, sobre os portais para a transcendência do nosso povo, suas velhas e novas configurações.

O Fórum Inter-Religioso da UNICAP, organizado pelo nosso Observatório, articula desde 2007 uma série de encontros com animadores das tradições espirituais da região, para re-conhecimento humano da fé e exercício do respeito à diversidade de suas expressões, para reflexão sobre a vivência pluralista do sagrado e ensaio de uma mística transreligiosa. Após estudar as principais religiões no Recife e também aprofundar temáticas transversais às grandes tradições espirituais, o Fórum da UNICAP está se debruçando agora sobre os desafios teóricos, fenomenológicos e hermenêuticos, para a compreensão crítica e engajada da nossa religiosidade.

Uma manifestação importante da espiritualidade da gente, também nos trópicos, são os “novos movimentos religiosos” (NMR). Eles designam grupos religiosos surgidos na contemporaneidade glo-localizada, com consciência histórica e científica, que vão dos neopaganismos ao cultivo espiritual e pós-religioso da qualidade humana profunda, passando pelas recriações das religiosidades afro-indígenas tradicionais. A expressão NMR remonta ao estudioso Eileen Barker, que buscou superar o termo “seitas” a as suas conotações pejorativas para grupos da “nova era”. O que há de novo nessas formas do sagrado e que tipo de espiritualidade se manifesta nesses movimentos neo ou pós-tradicionais?

O homem religioso antigo organiza o mundo a partir de grandes mitologias e pontos de ruptura através dos quais o “mais-que-natural” tenha se manifestado. O ser humano contemporâneo, neste tempo em que as culturas e espiritualidades viajam e se entrecruzam, assumiu o relativismo da existência e rejeita fundamentos fixos e fechados: basta-lhe alguns mapas simbólicos para vagar numa realidade fragmentada e construída, no máximo, com ajuda da ficção. Mas essa sensação do irreal e procura de outro senso da realidade pode ser caminho para uma nova religiosidade.

Informações do Observatório Transdiciplinar das Religiões no Recife.