Equinócio de Outono

mar 18, 2011 by

No dia seguinte ao Perigeu Lunar, dias e noites se igualam. É celebrado o Equinócio de Outono. Neo pagãos de todo mundo – que comemoraram no dia anterior a energia da Lua – se reúnem para agradecer a abundancia e colheitas, meditando e celebrando sobre as mesmas. 
Ter consciência e celebrar esse “Rito de Passagem”, significa refletir sobre o universo. É um momento de religar nosso elo com a terra, que, no entanto, deve se mantido diariamente. É um momento de reconstruir nosso futuro, com a aprendizagem de nossos erros e acertos. É um momento de celebrar a vida magnificamente fértil e aprender a regá-la. 
Um dos mitos relacionados a esse período é o do rapto da Deusa Grega “Perséfone”. 
Na mitologia grega, Perséfone ou Koré corresponde à deusa romana Proserpina ou Cora. Era filha de Zeus e de Deméter, tendo nascido antes do casamento de seu pai com a deusa Hera. Quando os sinais de sua grande beleza e feminilidade começaram a brilhar, em sua adolescência, chamou a atenção do deus Hades que a pediu em casamento. Zeus, sem sequer consultar Deméter, aquiesceu ao pedido de seu irmão.
Hades, impaciente, emergiu da terra e raptou-a enquanto ela colhia flores com as as ninfas, entre elas Leucipe e Ciana, ou segundo os hinos Homeroicos, a deusa estava também junto de suas irmãs Atena e Artemis. Hades levou-a para seus domí­nios (o mundo subterrâneo), desposando-a e fazendo dela sua rainha.
Sua mãe, ficando inconsolável, acabou por se descuidar de suas tarefas: as terras tornaram-se estéreis e houve escassez de alimentos, e Perséfone recusou-se a ingerir qualquer alimento e começou a definhar. Ninguém queria lhe contar o que havia acontecido com sua filha, mas Deméter depois de muito procurar finalmente descobriu através de Hécate e Helios que a jovem deusa havia sido levada para o mundo dos mortos, e junto com Hermes, foi buscá-la no reino de Hades (ou segundo outras fontes, Zeus ordenou que Hades devolvesse a sua filha). Como, entretanto Perséfone tinha comido algo (uma semente de romã) concluiu-se que não tinha rejeitado inteiramente Hades. Assim, estabeleceu-se um acordo, ela passaria metade do ano junto a seus pais, quando seria Koré, a eterna adolescente, e o restante com Hades, quando se tornaria a sombria Perséfone. Este mito justifica o ciclo anual das colheitas.
É importante frisar que os mitos de qualquer uma religião não deve ser interpretado de forma literal. São escritos em linguagem poética/simbólica para representar suas visões sobre o mundo. Desse modo, para se compreender um mito não basta o ler, e imaginá-lo como uma cena de filme. Mas, se possível fazer uma hermenêutica do mesmo. De forma mais simples, no mínimo, não subestime e considere como falso, os mitos dos povos antigos. E não seja louco em acreditar em suas histórias literalmente. 
A linguagem poética, é a comunicação do cosmos…