Kunyaza: técnica africana de masturbação feminina

out 22, 2015 by

kunyaza

Fiquei contente em descobrir esse método de masturbação feminina, pois, relaciona-se sempre a África à mutilação do clitóris das meninas. E como sabemos, a África é um continente, e como dizia minha professora de História da África, não é um bloco monolítico, dessa forma, há muitas pluralidades.

O texto é do site clitoris livre.

Kunyaza é uma técnica sexual desenvolvida e praticada principalmente na África Central (em algumas províncias da Ruanda, Congo, no Leste da Uganda e no Leste da Tanzânia) para promover poderosos orgasmos femininos em relações sexuais.

A palavra Kunyaza, originária dos povos Rundi da Ruanda, é derivada do verbo kunyaàra que significa tanto 1) fazer xixi, quanto 2) o ato da ejaculação feminina decorrente da prática.

No Kunyaza, a mulher costuma expelir um litro ou mais de líquidos vaginais, motivo pelo qual o termo pode significar também “sexo molhado”. Enquanto em Ruanda e Burundi, a técnica é chamada de Kunyaza; na Uganda ganha o nome de Kachabali.

A técnica é considerada uma prática tradicional da Ruanda, e o folclore popular sugere que ela remonte à Terceira Dinastia, quando uma rainha escolheu um guarda real para ter relações com ela, e este ficando muito nervoso com a “responsabilidade” acabou brochando, mas desenvolveu um método de satisfazê-la: friccionando a glande de seu pênis contra os grandes e pequenos lábios e também no clitóris da rainha.

Técnica ancestral (e matriarcal)

As informações apresentadas nesse artigo são baseadas em dados coletados a partir de entrevistas com 58 mulheres da África Central realizadas pelo professor N. Bizimana (PHD) além de informações coletadas em seu livro “Le Secret de l’amour à l’Africaine” (Bizimana, 2008).

Segundo o professor Bizimana, o Kunyaza vem de uma longa tradição. Pessoas acima de 70 anos entrevistadas em 1986 pelo professor confirmam que seus avós já usavam a técnica, o que significa que a prática tem no mínimo 150 anos.

No kunyaza, a mulher é a rainha. Ela participa cooperando com seu parceiro escolhendo os estímulos que deseja receber e a intensidade do ritmo que será usado, assim como comunicando ao parceiro quais são as partes de sua vagina que respondem melhor aos estímulos.

O Kunyaza pode ser praticado em diferente posições. Os autores indicam a existência de posições tradicionais e modernas, essas últimas destinadas à pessoas das sociedades contemporâneas que são menos atléticas que seus ancestrais.

Como o Kunyaza é praticado?

O kunyaza possui pelo menos dois tipos de estimulação: a externa e a interna. Em ambas, o homem se esforça em estimular simultaneamente diferentes zonas erógenas femininas localizadas na região genital.

Estimulação externa

Durante a prática mais simples do Kunyaza (a externa), o homem fricciona em ritmo contínuo o clitóris com a cabeça do seu membro ereto, o qual ele pode segurar com sua mão ou entre o dedo indicador e médio, movendo na mesma velocidade debaixo para cima ou de um lado para o outro, passando por toda a extensão da vulva.

Eventualmente, ele pode fazer movimentos circulares, tanto no sentido horário quanto anti-horário. O clitóris e os grandes e pequenos lábios também podem ser estimulados a partir de movimentos de zigzag.

Na estimulação externa, o homem passa (sem penetrar) seu membro por toda a extensão da vulva de sua parceira. Inicialmente a fricção pode causar um pouco de desconforto caso a área não esteja devidamente lubrificada. Nesse caso, deve-se usar saliva.

Naturalmente, tudo deve ser feito com cuidado e delicadeza para que os parceiros não saiam machucados da prática.

Só a cabecinha

Durante a prática completa do Kunyaza, o seguinte é executado: Depois da lubrificação vaginal realizada com as preliminares, o homem introduz seu pênis em movimentos vai-e-volta.

Depois que o pênis do parceiro tiver ficado lubrificado pela vagina molhada da parceira, ele o toma novamente entre as mãos (pode ser entre o dedo indicador e o médio) e mais uma vez retorna à forma simples do Kunyaza, a estimulação externa.

Mais uma vez: não precisa de força, é jeito… Às vezes uma carícia bem de levinho, em que se encosta pouco, pode despertar terremotos e outros tremores de terra; enquanto carinhos muito fortes podem acabar machucando.

Na medida em que a vagina fica mais molhada, o homem repete os mesmos movimentos circulares na abertura dos lábios menores. O próximo passo é estimular, com o mesmo movimento, o clitóris, os pequenos lábios e abertura vaginal.

Nesta hora, o homem continua roçando seu membro do começo do corpo do clitóris (não só na parte externa do clitóris, sabe?) até a margem inferior da abertura da vagina.

Depois de estimular esses três pontos, um novo ponto passa a ser estimulado… o períneo! As carícias com a glande do pênis então vão do corpo do clitóris até a região anterior ao ânus.

Estimulação interna

Na estimulação interna, o homem segura seu pênis com as mãos e faz movimentos intravaginais horizontais, verticais e circulares, se preocupando em estimular diretamente as paredes do canal vaginal, o que geralmente ocasiona mais prazer do que a penetração tradicional.

O homem pode tornar o coito ainda mais estimulante alternando penetrações superficiais e profundas, ações que são chamadas respectivamente de gucuga e gucumita em Ruanda.

Tanto durante a estimulação interna quanto externa, o ritmo e a força dos movimentos é lenta e delicada, e aumentam de acordo com o aumento da excitação e da lubrificação das áreas envolvidas.

Líquidos, fluidos e secreções

Durante a prática do kunyaza, geralmente a mulher produz e expele uma grande quantia de líquidos, que acaba também lubrificando o pênis do parceiro.

Em Ruanda, o termo usado para urina é inkari, enquanto o líquido secretado durante o kunyaza recebe o nome de amavangigo ou ibinyare. Enquanto o inkari (urina) é descrito como um líquido amarelo, o líquido expelido durante o kunyaza é descrito como uma secreção transparente ou levemente branca.

A consistência e o cheiro também divergem: enquanto a urina é sempre aquosa, com forte cheiro de amônia; o amavangigo pode ser mais espesso e levemente grudento, e geralmente não apresenta odor.

Por causa da grande quantidade de líquido expelido durante o kunyaza, esse tipo de sexo é frequentemente caracterizado pelo evocativo som de alguém batendo na água com as mãos. Esse é o motivo pelo qual o povo de Ruanda usa a expressão “o cão que bebe água” para insinuar esse barulho específico.